Fotos: Felipe Braga @fbvasconcellos
Make: @thatianalves
Hair: @paraiso_dastrancas
Nail designer: @bruxadasunhas
Estilista: @_lettice
Ana Flávia Lobo é uma estudante de direito que em 2020 resolveu investir na carreira de influenciadora digital.
Nascida em Campo Grande, a jovem de 26 anos usa suas redes sociais para falar sobre aceitação feminina e empoderamento da mulher preta, além de compartilhar com seus seguidores dicas de beleza, viagens e sua rotina diária. Em seu canal do YouTube, Ana compartilha também vídeos onde aparece cantando, como seu cover de “Gueto”, da cantora Iza, e “Dólar Euro”, de Tássia Reis.
Em um ano, Ana atingiu a marca de 200 mil seguidores em seu Instagram e hoje já passa de 250 mil. Já no YouTube, a influenciadora passa dos 120 mil inscritos. Presente também em outras redes sociais, Ana possui mais de 340 mil seguidores no TikTok e quase 3 mil seguidores no Twitter. Seu sucesso nas redes sociais foi devido aos seus conteúdos, criativos e originais, mostrando às mulheres que é possível se aceitar de verdade e acreditar no próprio sucesso, sem medo.
Influenciadora Ana Flávia, comemora repost de marca da Beyoncé: “tirei a foto pensando nisso”
A carioca ficou conhecida por criar conteúdo sobre aceitação feminina e empoderamento da mulher preta, durante a pandemia
A jovem Ana Flávia Lobo, de 26 anos, nascida em Campo Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro, produz conteúdo para as redes sociais desde o início da pandemia, mas recentemente ela chegou a um novo patamar ao ser notada pela marca de Beyoncé. E se engana quem pensa que foi pura sorte, a influenciadora planejou comprar as roupas da marca e criar um conteúdo de muita qualidade para ser notada.
Ana, que usa suas redes sociais para falar sobre aceitação feminina e empoderamento da mulher preta, comprou algumas peças da coleção da Adidas junto com a Ivy Park e fez um ensaio fotográfico para lá de poderoso.
“Eu tirei a foto pensando nisso, acredito que fazendo um trabalho excelente não tem como as pessoas não te verem, então eu fiz esse investimento e comprei as peças da Adidas junto com a Ivy Park, marca da Beyoncé, e na minha cabeça era como eu já fiz em outros projetos, se Adidas não me notar, se a Ivy Park não me notar, vão ter outras marcas que vão estar vendo a excelência do trabalho da mesma forma”, revela.
Em dois anos produzindo conteúdo, Ana já passa de 250 mil seguidores no Instagram, seu sucesso nas redes sociais foi devido aos seus conteúdos, criativos e originais, mostrando às mulheres que é possível se aceitar de verdade e acreditar no próprio sucesso, sem medo.
“O mercado de influenciador que trabalha com produção de conteúdo é sobre isso, é sobre você mostrar o que que você é capaz de fazer, porque a nossa rede social é a vitrine do nosso trabalho, nosso portfólio. Então eu sabia que se eu quisesse alguma coisa boa, tinha que entregar um trabalho bom e eu sei que posso não ter um resultado imediato, mas a longo prazo a gente consegue alcançar muitos trabalhos e marcas”, finaliza.
confira entrevista exclusiva:
O seu conteúdo fala muito sobre o empoderamento dos corpos pretos e dos corpos reais. O que te motivou a seguir essa linha de conteúdo?
Passei muito tempo da minha vida presa à opinião dos outros, com medo de julgamentos por ter um corpo fora do padrão (tanto em relação a cor da minha pele, quanto em relação ao meu peso). Em algum momento eu percebi que estava cansada de viver isso e que o medo não ia me levar a lugar nenhum. Eu consegui me libertar e por isso comecei a compartilhar as coisas que eu gostava no instagram… Meus números foram crescendo e hoje eu entendo que existem muitas mulheres na mesma situação e isso me motiva mais ainda hoje… Compartilhar minha liberdade para que outras pessoas se sintam livres também.
Quem te inspirou a produzir esse tipo de conteúdo e quais são suas principais influencias?
Eu costumo brincar que sou minha própria inspiração hahahah Eu nunca fui muito ligada a esse mundo de blog, YouTube, influenciadoras… Meu negócio era música, mas esse é um assunto pra uma outra hora! Eu pouco acompanhava pessoas que produziam conteúdo pra internet e acho que minhas inspirações vem de outros campos. Eu fiz faculdade de direito e querendo ou não o mundo acadêmico me ensinou muito. Por outro lado, artistas que gostava de ouvir como Beyonce e Rihanna e atrizes negras como Taís Araújo e Viola Davis me influenciaram muito. Muitas vezes a vitória dessas mulheres (e de suas personagens também) me inspiraram a correr atrás dos meus sonhos e a ser quem eu quiser ser!
No começo do ano você foi notada pela marca da Beyoncé. Como foi isso pra você ser vista pela marca de uma mulher que passa uma mensagem de empoderamente tão importante como a que você propaga?
Acho que até agora eu não acredito que talvez a Beyonce tenha visto meu rosto hahahaha É um sentimento incrível porque todo mundo sabe que ela é a minha maior inspiração. Quando eu era adolescente eu não via muitas artistas negras sendo padrão de beleza no Brasil. Nessa época a Beyonce já era considerada uma mulher bonita e nela eu via a beleza que mais se parecia com a minha, sabe? É uma questão de representatividade! Eu na vdd não me achava em nada parecida com a Beyonce, mas meu insconsciente sabia que estávamos perto. Muito mais do que o padrão magro e branco de corpo que costumava ser vendido naquela época. Enfim, ter minha foto postada por essa marca que tem a bey como representante e, para além disso, tem a diversidade de corpos e raças como um pilar muito ativo, foi emocionante demais pra mim. Foi como pensar que hoje eu posso ser o que eu procurava ver antes.
Como é sua relação com o carnaval? Você tem vontade de desfilar em alguma escola? Talvez como madinha, rainha ou até mesmo destaque?
Se eu contar que meu sonho de infância era ser globeleza vocês vão acreditar? Como eu falei antes… Na minha época não existiam muitos ícones de beleza pretos e a globeleza significava isso pra mim, mesmo que aparecesse só uma vez ao ano! Eu achava o máximo as pinturas corporais, o samba perfeito e o destaque praquela mulher que se parecia comigo. Mais uma vez: representatividade. E o batuque sempre teve um impacto diferente no meu coração! Minha mãe conta que com 1 aninho eu me enfiei na frente de um bloco que estava passando na rua e comecei a dançar hahahah virei destaque! Mas com o passar dos anos eu nunca acreditei que isso seria possível pra mim. Agora o sonho está vivíssimo e acredito que está mais perto do que nunca de se realizar!
Você acha que uma mulher com um “corpo real” tem mais epaço meio do carnaval hoje em dia? Melhorou do que era anos atrás que, precisava ter um corpo magro definido para pisar na avenida?
Sim! Demais! Nada contra o corpo definido, ok? Mas porque o corpo real não pode ser visto como belo também? O problema é definir um padrão e colocar na cabeça das pessoas que ela só vão se sentir bem ou serem aceitas se estiverem dentro daquele padrão! Graças a Deus essa ideia está se afastando cada vez mais da nossa realidade, não só em relação ao corpo mas em todas as áreas da nossa vida em que há diversidade. Nós somos seres diversos e não tem como fugir disso. Só não da mais pra ficar fazendo uma pessoa se sentir mal por ser diferente! Todos nós temos que ter a liberdade de ser e de querer ser e o direito de sermos respeitados por nossas escolhas. O carnaval é a união do povo, uma festa linda e nada mais justo do que ter espaço pra todo mundo ❤️
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