'HEALTH' COVER EDITION - NOVEMBER 24 ISSUE
Photos Disclosure Press
Nesta edição especial da Hooks Magazine, apresentamos a Dra. Élide Reis, capa da seção ‘Health’ e exemplo de dedicação, determinação e superação. Médica cirurgiã vascular e formada pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública em 2005, Dra. Élide é uma especialista reconhecida em cirurgia vascular e ecografia vascular, com títulos conferidos pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular e pela Sociedade Brasileira de Radiologia. Ela construiu uma trajetória de sucesso ao longo dos anos, vencendo obstáculos e abrindo portas para futuras gerações de mulheres negras na medicina.
Dra. Élide é movida por um propósito: promover saúde e bem-estar, dedicando-se ao tratamento moderno e minimamente invasivo de varizes, além do cuidado integral com todas as doenças circulatórias. Em seu consultório, ela vê pacientes que chegam muitas vezes com baixa autoestima, por vergonha das pernas marcadas por varizes, e testemunha a transformação que esses tratamentos proporcionam. Para ela, mais do que tratar doenças, seu trabalho permite que essas mulheres recuperem a liberdade de se vestirem como quiserem, livres das inseguranças que as limitavam.
A trajetória até aqui não foi fácil. Vinda de uma família humilde, Dra. Élide sempre contou com uma base emocional sólida, e desde jovem mostrou-se determinada a alcançar seus objetivos, por mais desafiadores que fossem. O início na medicina foi marcado por dificuldades financeiras, que quase a impediram de completar o curso. Na época, sem acesso ao financiamento estudantil, sua família precisou vender a casa para que ela continuasse estudando. Só mais tarde, com a conquista do FIES, conseguiu aliviar parte dessa pressão, quitando o financiamento ao longo de nove anos após a formatura. A residência em cirurgia vascular também trouxe seus próprios desafios, exigindo não só conhecimento técnico, mas muita resiliência para manter-se firme diante das pressões.
Como uma mulher negra em uma área tradicionalmente ocupada por homens brancos, Dra. Élide teve que enfrentar o preconceito, mas essa experiência fortaleceu sua determinação. Seu exemplo já inspirou muitas jovens negras e estudantes, que veem nela uma inspiração de que também podem conquistar seus sonhos, seja na medicina ou em outras áreas.
O futuro é promissor para Dra. Élide. Seus planos incluem a ampliação de sua clínica de cirurgia vascular, com o objetivo de atender a um número ainda maior de pacientes e ajudar mais pessoas a viverem sem dores nas pernas e com autoestima renovada. Ela deseja expandir seu legado, continuar promovendo saúde e mostrar que mulheres negras podem ser o que quiserem ser. Na capa desta edição, celebramos essa profissional dedicada que transformou desafios em força, e que usa essa força para mudar vidas e inspirar uma nova geração.
Confira entrevista exclusiva:
Como você define o seu trabalho?
Promovo saúde e bem-estar. Ofereço tratamento moderno e minimamente invasivo para varizes, além de cuidados com todas as doenças circulatórias. Realizo sonhos e elevo a autoestima de pacientes que sentem vergonha de vestir roupas curtas por causa das varizes, devolvendo a liberdade de usar o que desejarem.
Como você se definiria em algumas palavras?
Uma mulher determinada, persistente e batalhadora.
Quais caminhos você trilhou para chegar onde está hoje?
Venho de uma família humilde, de poucos recursos financeiros, porém bem estruturada emocionalmente. Sempre batalhei muito, fui muito estudiosa e responsável, e tive todo o apoio dos meus pais para conseguir estudar e atingir meus objetivos. Realizamos juntos esse grande sonho. Além das dificuldades financeiras iniciais, sempre tive que enfrentar o preconceito por ser uma mulher negra que escolheu uma área onde há tantos homens brancos em destaque.
Teve algum momento em que pensou em desistir da sua carreira?
Sim, em um primeiro momento, quando não consegui o financiamento estudantil, quase não conseguimos pagar a faculdade de medicina para que eu pudesse continuar os estudos. Foi necessário vender a casa onde morávamos para que eu pudesse me manter estudando. Posteriormente, conseguimos o FIES, e paguei esse financiamento durante nove anos após a formatura. A residência médica em cirurgia também exige muito do jovem médico e não é fácil se manter sempre confiante; algumas vezes dá vontade de desistir.
De que maneira você acha que influencia a vida das pessoas?
Com meu trabalho, ajudo a melhorar a saúde e a autoestima de muitas pessoas. Muitas pessoas que conhecem e acompanham minha trajetória me têm como inspiração, por eu ser uma mulher negra e uma boa profissional em uma área predominantemente ocupada por pessoas brancas. Muitas jovens negras e estudantes se espelham em mim para chegar onde querem.
Quais são os seus planos para o futuro?
Ampliar minha clínica de cirurgia vascular, atender uma quantidade maior de pacientes, ajudar mais pessoas a sentir menos dores nas pernas e melhorar a autoestima.
Quero continuar inspirando jovens mulheres negras a ser o que elas quiserem ser.
Comments