“LEGACY” COVER EDITION - MARCH 24 ISSUE
Photos: Thiago Arleo - @Thiagoarleo
À medida que a indústria da moda evolui, certos indivíduos deixam uma marca no tempo. Glauber Bassi, renomado fotógrafo de moda, nascido em São Paulo, Brasil, e criado em Caçapava, é um desses destaques.
Com uma carreira de 28 anos, Bassi não apenas testemunhou a transformação da fotografia de moda, mas também desempenhou um papel crucial na formação de sua narrativa.
Crescendo em um ambiente imerso na fotografia, com seu pai sendo fotógrafo de casamentos, Bassi descobriu sua paixão pela criação de imagens desde jovem. Sua infância foi marcada pela magia de capturar momentos e pelo fascínio pelas técnicas analógicas. Aos 14 anos, ele iniciou sua jornada profissional, trabalhando ao lado do pai. Anos depois, impulsionado por uma curiosidade insaciável pela arte da fotografia, ele obteve um diploma em Publicidade na UNITAU, Universidade de Taubaté, SP. Isso abriu caminho para suas empreitadas internacionais, levando-o ao prestigioso Instituto Europeu de Design em Milão, onde se especializou em Fotografia de Moda e reside há 25 anos.
A carreira ilustre de Bassi o viu colaborar com publicações renomadas, solidificando sua reputação como visionário no mundo da fotografia de moda. Seu estilo distintivo e sua criatividade incomparável lhe renderam elogios e admiração de colegas e entusiastas.
Em celebração à sua jornada notável e às suas contribuições para a indústria, a Hooks Magazine apresenta com orgulho Glauber Bassi como a estrela da capa de sua edição "LEGACY". Esta edição especial homenageia indivíduos que deixaram um legado duradouro em seus campos respectivos, e os 28 anos de carreira de Bassi são um testemunho de sua influência duradoura na fotografia de moda.
Em uma entrevista exclusiva à Hooks Magazine, Bassi reflete sobre sua jornada, desde seus anos formativos no Brasil até seu reconhecimento internacional como fotógrafo de moda, confira a seguir.
Entrevista Glauber Bassi:
1. Como foi sua jornada de crescimento em um ambiente fotográfico desde a infância até se tornar um renomado fotógrafo de moda?
Desde a infância, fui imerso no mundo da fotografia, pois o meu pai era fotógrafo, onde cada click era uma oportunidade de criar magia. Enquanto crescia, meus brinquedos eram os rolos de filme que meu pai revelava, mas minha visão ia além. Sempre sonhei em explorar as infinitas possibilidades da fotografia, em transformar momentos em obras de arte. Após concluir minha graduação em publicidade e propaganda na Unitau, decidi que era hora de seguir meu coração e me arriscar em direção ao desconhecido. Assim, embarquei em uma jornada para a Europa, onde ingressei no renomado Instituto IED para me especializar em fotografia de moda.
2. Qual foi o papel da sua formação em Publicidade na UNITAU e da sua experiência no Instituto Europeu de Design em Milão na sua evolução como fotógrafo de moda?
Eu considero que todo estudo é valioso. Optei pela graduação em Publicidade e Propaganda, pois, na época, não havia cursos específicos de Fotografia no Vale do Paraíba. Desde então, direcionei meu foco para a fotografia publicitária. Em meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), explorei a imagem na gastronomia, desenvolvendo a identidade visual e produzindo fotografias para uma empresa de massas. Mesmo na área de Publicidade e Propaganda, minha atenção sempre esteve voltada para a fotografia.
Ao chegar em Milão para estudar no Instituto Europeu de Design (IED), percebi que já possuía uma base sólida, o que me permitiu interagir de forma significativa com meus professores. Muitos dos professores reconheciam minha experiência e falavam que eu poderia ir para a faculdade só no dia da prova. Vindo de uma experiência profissional anterior já na área de fotografia e com os estudos em publicidades com clientes renomados e publicações em capas de revistas, minha motivação para obter o diploma era mais uma formalidade do que uma busca por conhecimento, pois apesar das expectativas, constatei que grande parte do conteúdo oferecido pelo Instituto Europeu de Design já era totalmente familiar para mim.
3. Ao longo dos seus 28 anos de carreira, quais foram os momentos mais marcantes ou projetos que mais o inspiraram?
Ao longo desses 28 anos, tive a oportunidade de fotografar uma grande variedade de assuntos. Como mencionei anteriormente, até mesmo tive experiências fotografando situações incomuns, como registros de cenas fúnebres. Acredito sinceramente que cada trabalho realizado, independentemente de sua natureza, é uma fonte constante de aprendizado e crescimento pessoal. Cada projeto contribuiu de maneira significativa para minha jornada, refletindo os contextos e demandas específicos de seu tempo. Vale destacar minha colaboração com o jornal Gazeta Regional, onde tive a chance de aprimorar minhas habilidades fotográficas.
Cada experiência carrega consigo uma bagagem única, enriquecendo nossa perspectiva e nos inspirando continuamente. Quando recordo os momentos mais marcantes, destaco minha decisão de deixar São Paulo/ Caçapava para estudar em Milão. Foi um passo significativo, marcado pela separação temporária de minha família e de pessoas queridas, em busca de conhecimento em um país onde o idioma e os costumes eram completamente novos para mim.
Sem dúvida, um dos projetos mais significativos para mim é o Black Soul. Este projeto não apenas reflete minha paixão pela fotografia, mas também representa minha identidade artística.
4. Como você vê o cenário atual da fotografia de moda e quais são os principais desafios que os fotógrafos enfrentam hoje em dia?
Na fotografia, costumo refletir sobre as mudanças que vivenciei ao longo do tempo, desde a transição do analógico para o digital até a evolução para a era da inteligência artificial. Acredito que um fotógrafo de moda de destaque deve ser capaz de produzir imagens impactantes e estar constantemente atualizado com as tendências do mercado. Hoje em dia, a inteligência artificial desempenha um papel significativo na criação de campanhas de alto impacto, otimizando meu tempo e oferecendo novas possibilidades criativas. O cenário da fotografia está em constante evolução, e os profissionais precisam estar sempre atentos às novidades para não ficarem para trás.
5. Como é colaborar com grandes publicações como Vogue, Harper’s Bazaar e Hooks International? Existe alguma história interessante que você possa compartilhar sobre uma de suas colaborações?
É sempre gratificante ver seu trabalho, sua obra de arte, em grandes revistas. É um feedback incrível, pois sua imagem ganha destaque em uma vitrine de prestígio. Acredito que todo profissional almeja ter suas criações publicadas em revistas renomadas, e quando isso acontece, é uma sensação de realização indescritível.
Além disso, ao longo da carreira, vivenciamos momentos engraçados e inusitados. Lembro-me de diversas ocasiões em que as malas foram extraviadas nos aeroportos, trazendo desafios inesperados. Outro episódio memorável ocorreu durante uma campanha no lago de Como aqui na Itália em que, na hora que fui comer um tomate, acabei acidentalmente sujando a roupa da modelo e era uma peça única.
6. Como você define seu legado no mundo da moda e da fotografia, e quais são seus planos e aspirações para os próximos anos da sua carreira?
A ideia de deixar um legado através dos cursos que ministro é extremamente gratificante para mim. Ao longo do tempo, percebi a necessidade de oferecer uma abordagem dinâmica e prática para os profissionais que buscam aprender. Agora, ao compartilhar meu conhecimento com meus alunos, sinto-me honrado por ajudá-los em sua jornada. O verdadeiro legado está nas vidas que impacto e nos profissionais que formo. Ver alguns de meus ex-alunos trabalhando comigo é uma prova tangível desse legado em construção. Espero continuar inspirando e capacitando outros através de workshops, cursos online e até mesmo publicações futuras. Assim, meu legado será perpetuado através do conhecimento compartilhado e das vidas que influencio positivamente.
Glauber é especialista em trazer a essência de famosos para a fotografia. Confira a seguir alguns de seus trabalhos com celebridades:
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