Maia Marcella adota o nome Hazel e reforça sua identidade: “A morte não morre. Ela vira nome”
- Matheus Hooks/ Editor-In-Chief
- há 6 horas
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Após sofrer novo episódio de linchamento virtual, artista reafirma sua liberdade de ser e anuncia a mudança de nome: agora, Maia Marcella Hazel.
Conhecida por sua atuação artística e ativista, Maia Marcella agora incorpora oficialmente o nome Hazel — um gesto que simboliza não apenas um recomeço, mas também uma resposta à intolerância que enfrenta nas redes sociais. A mudança acontece em meio a mais uma onda de linchamento virtual, desta vez motivada por uma metáfora que a artista fez sobre a morte.
“Sou uma alma”, afirma Maia Hazel. “Não me reconheço no gênero cis ou binário. Sou queer, pansexual — mas, acima de tudo, sou livre.”
Hazel, cor dos olhos que guardam tempestades e visões, é agora parte essencial de sua identidade pública. Mais do que uma estratégia de marketing, a artista descreve a adoção do novo nome como um gesto íntimo, uma marca de resistência e recomeço.

Ao ser alvo de ataques, Maia Hazel destaca a superficialidade com que temas profundos ainda são tratados no país. “Eu erro como todo mundo. Mas tem gente que erra com o microfone ligado e acha que tem moral para ensinar o mundo”, ironiza. “A morte? A morte não morre. Ela vira música, filme, movimento. Ela vira nome.”
Em suas palavras e postura, Maia Hazel ecoa referências literárias como Fernando Pessoa — “Morrer é apenas não ser visto” — e Clarice Lispector — “A morte é um estado de espírito” — para ressaltar que seu discurso fala sobre renascimento, não sobre violência.
A artista também criticou o comportamento de parte da imprensa, que insiste em reduzi-la a rótulos e títulos que nunca a representaram. “É doloroso ver a arrogância mascarada de jornalismo. Quando se pede, com educação e amor, a correção de um título, a resposta vem com pedras”, pontua.
Com a oficialização do nome Maia Marcella Hazel, a artista reafirma seu compromisso com a liberdade, a arte e a autenticidade. “Agora, estou no controle da minha narrativa”, conclui.
E deixa um aviso: a intensidade que carrega nos olhos — como diria Hilda Hilst — só tende a crescer.
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